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Motor para bicicleta: tudo o que você precisa saber

As bicicletas motorizadas representaram um avanço significativo no universo do ciclismo, conquistando cada vez mais entusiastas devido aos seus múltiplos benefícios. Essa inovação, no entanto, não é exatamente uma novidade, já que as primeiras ideias de motores para bicicletas datam do final do século 19.

Em 1985, Ogden Bolton Jr. apresentou ao mundo uma versão de bicicleta motorizada que não dependia de engrenagens. Esse invento se caracterizava por um motor alimentado por uma bateria de 10 volts, capaz de produzir até 100 amperes de corrente. Dois anos após, Hosea W. Libbey, de Boston, introduziu ao mercado um modelo aprimorado com dois motores.

Embora continue sendo uma bicicleta, a adição de um motor implica na adoção de regulamentações similares às aplicadas a outros veículos motorizados. Um aspecto importante é que apenas indivíduos com 16 anos ou mais são permitidos a pilotar essas bicicletas motorizadas, além da necessidade de instalar equipamentos de segurança. Contudo, as regras específicas, como a exigência de possuir uma CNH tipo “A” para operar estes veículos, podem variar conforme as determinações de cada município.

Como funciona o motor para bicicleta?

O funcionamento do motor para bicicleta se desdobra em três etapas cruciais: admissão, onde a mistura de ar e combustível é introduzida no motor; compressão, momento em que essa mistura é prensada no pistão; e ignição, que inicia com uma faísca, libera energia e impulsiona o pistão para baixo.

Este processo pode ocorrer ao longo de dois ou quatro ciclos, definindo os motores como de dois tempos ou quatro tempos respectivamente. Nos motores de dois tempos, a ativação é feita através do manete, enquanto os de quatro tempos operam com embreagem automática, sendo estes mais robustos, mas com menor frequência de troca de óleo.

Em termos de capacidade, os motores variam normalmente entre 40, 50, 80 e até 100 cilindradas, com os de 80cc aparecendo com maior frequência. A potência desses motores para bicicletas oscila entre três e cinco HP. Os preços flutuam entre R$550,00 e R$3600,00, dependendo do kit e da capacidade do motor.

Para ativar o motor, o ciclista precisa pedalar para gerar o impulso inicial. Ao liberar a embreagem, a roda principal gira, atuando junto ao magneto da bobina e convertendo esse movimento em energia. Essa energia, por sua vez, é canalizada para a bobina e, posteriormente, ao CDI, um circuito eletrônico encarregado de sinalizar o momento exato para o início do processo de ignição das velas, garantindo a operação correta do motor.

Ao mesmo tempo em que a roda é forçada a girar quando o ciclista solta a embreagem, há o movimento do pistão que provoca uma passagem de ar de fora para o carburador. Logo, quando a bicicleta é acelerada, a gasolina sai da cuba e é puxada junto com o ar, misturando-os. É nesse momento que entram para a admissão pelas portas de transferência. Veja um vídeo que explicar bem isso:

 

Instalando um motor de bicicleta

Para equipar sua bicicleta com um motor, comece removendo a roda traseira e o pneu para encaixar a coroa. É crucial assegurar que a coroa esteja perfeitamente alinhada para evitar instabilidades durante o uso, além de evitar danificar o paralama nesse processo. Recoloque a roda na bicicleta ao finalizar essa etapa.

Em seguida, posicione o motor no quadro da bicicleta, fazendo isso com atenção para não danificar a estrutura ou causar desconforto ao pedalar. Os parafusos precisam ser firmemente ajustados para garantir a estabilidade do motor.

O próximo passo é inserir a corrente ao redor do motor, o que exige que você segure a embreagem enquanto posiciona a peça. Frequentemente, as correntes são fornecidas em um comprimento maior para adequar-se a diferentes modelos de bicicleta, podendo ser necessário remover alguns elos para obter o ajuste correto.

Para instalar o escapamento, fixe-o ao motor e ajuste conforme necessário. Conecte o CDI à bobina em seguida. Ao instalar o tanque de combustível, use um pedaço de borracha cortado sob medida para proteger tanto a bicicleta quanto o tanque. Aperte os parafusos o suficiente para estabilizar o tanque, mas sem exceder a força e danificar os componentes.

Quanto ao filtro de combustível, é recomendado que a parte transparente fique voltada para a entrada de gasolina, permitindo a filtragem e a visualização do momento ideal para a substituição da peça.

Finalmente, instale os cabos de direção e o manete do acelerador, conectando os cabos à bobina. Não esqueça de fixar o freio e quaisquer outros acessórios necessários.

Para mais detalhes, assista o vídeo do canal Metal Projetos aqui.

Vantagens de uma bicicleta motorizada

Adicionar um motor à sua bike pode transformá-la, tornando-se uma escolha acertada para quem enfrenta percursos extensos. Essa inovação mescla os benefícios das bicicletas tradicionais à comodidade proporcionada pela mecanização.

Em termos de custo, as bicicletas motorizadas se mostram mais acessíveis em comparação às elétricas, além de oferecerem um leque mais amplo de opções. Uma grande vantagem é a capacidade de atingir velocidades superiores no trânsito, em comparação às bikes convencionais, permitindo ao ciclista alcançar seu destino de forma mais rápida e com menor esforço. Esse benefício é particularmente notável em rotas com inclinações, onde o motor age como um impulso adicional, fazendo com que subir ladeiras se assemelhe a pedalar por uma superfície plana.

Comparando-se com automóveis, as bikes motorizadas também oferecem a facilidade de encontrar espaços para estacionamento, uma característica compartilhada com as bicicletas não motorizadas. No que tange à eficiência de combustível, essas bicicletas são capazes de percorrer aproximadamente 65 km com apenas um litro de combustível, comportando tanques de até 2,5 litros. Tal eficácia pode ser alcançada utilizando tanto gasolina pura quanto a mistura de gasolina e óleo, sendo esta última recomendada para prolongar a vida útil do motor.

Para abastecer, basta ir em um posto de combustível comum. Cada fabricante tem recomendações específicas sobre a mistura de gasolina com óleo. Porém, em geral, é indicado que, ao rodar cerca de 500km, seja misturado um litro de gasolina comum com 45ml de óleo. Antes disso, recomenda-se que seja misturado 60ml de óleo, que pode ser adquirido no posto ou em lojas especializadas.

Tem dúvidas sobre motor para bicicleta? Manda aqui nos comentários!

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