Depois de três anos de pesquisa, a Enduro World Series (EWS) analisou tendências gerais e realizou o maior estudo sobre lesões em mtb e saúde. Para descobrir como, onde e quando os pilotos se machucam, a pesquisa foi dividida em duas partes. A primeira com profissionais participantes do seu próprio evento e a segunda com ciclistas de todos os níveis.
O resultado é amplo e não considera apenas os corredores de elite, mas também todos os praticantes da modalidade. O objetivo era fornecer uma visão para direcionar nossa educação e desenvolvimento esportivo para pilotos de todos os níveis. Vem ficar por dentro!
Parte 1 – Pilotos profissionais em mtb:
Durante o estudo médico do evento de corrida EWS de duas temporadas, 8,9% dos pilotos do EWS ficaram feridos durante as 10 corridas do EWS. No geral, houve 9,35 lesões por 100 pilotos. Isso se compara a 23,8% por 100 atletas em mountain bike durante o Rio Jogos Olímpicos de Verão de 2016, por exemplo. Ou seja, é uma porcentagem bem pequena. Pode ir acalmando o coração.
Quem participou do estudo sobre lesões em mtb?
A pesquisa foi concluída com a análise de 2000 pilotos de 46 países em 10 eventos.
Houve 0,08 lesões em eventos de corrida por piloto por temporada com 12,3 dias perdidos por lesão no EWS. Se fosse comparar com o rugby, seria equivalente a 1,8 lesões por jogador por temporada com 33 dias perdidos por lesões de mtb. O risco na bike é realmente bem menor.
90% dos entrevistados eram do sexo masculino e 67% eram considerados seniors, com idade entre 21 a 39 anos.
Quase um terço das lesões em eventos de mtb, ocorreram em pilotos inexperientes, de primeira competição. Então, se você é novo na modalidade, já confere nosso conteúdo sobre andar com segurança em situações extremas para não representar esses 33%.
Onde e como ocorrem as lesões em mtb?
O local mais comum de lesões em mtb foram no ombro/clavícula. Sendo as fraturas do ombro/clavícula e cabeça e as fraturas nas mãos as mais típicas.
56% das fraturas do ombro/clavícula e 66% das fraturas da mão ocorreram durante quedas, em estágios rochosos.
A taxa de lesão por contusão em eventos de corrida foi baixa e a gravidade leve. No geral 0,6% dos pilotos competindo nos 10 EWS eventos de corrida durante as temporadas de 2017 e 2018 sofreram uma contusão. Isso equivale a 0,38 contusões por 100 pilotos do EWS
corridas, ou 1 concussão para cada 263 corridas de pilotos EWS. Que alívio, né?
Um pouco mais de um terço de todos os pilotos com uma contusão não teve folga após a lesão. Menos de um terço continua e completa sua corrida. Ou seja, a maioria das lesões por laceração e contusão foram de gravidade leve e ocorreram em grande parte durante estágios técnicos íngremes.
Quando ocorreram as lesões em mtb?
71% das lesões em mtb foram causadas por contato com o solo e o restante (29%) foi por outros motivos como campo de condições de jogo, recorrência e uso excessivo. 60% de todas as lesões ocorreram em estágios rochosos e um terço em gradientes íngremes (32%)
Parte 2 – Todos os praticantes da modalidade mtb:
Para tendências gerais, pilotos e seguidores preencheram uma pesquisa de saúde detalhada sobre o histórico de problemas de saúde e lesões sofridas ao andar de mountain bike. Mais de 3000 participaram e 1940, de 60 países, responderam de maneira completa.
Foram considerados o histórico e as lesões significativas que duraram 1 mês ou mais. 91% foram homens, entre 21 e 39 anos, seguido por sêniors.
No geral, 40,7% dos ciclistas relataram ter sofrido uma lesão significativa. Isso equivale a 0,15 lesões de mtb significativas por piloto por ano, com 87,6 dias médios necessários para a recuperação por lesão.
Quanto maior o nível de pilotagem e da corrida, maior a proporção de pilotos que relatam uma lesão significativa. Ou seja, ter recorrência na prática não te previne das lesões. Esteja sempre se cuidando!
Onde ocorrem a maioria das lesões?
Lesões no ombro/clavícula foram as lesões significativas mais comuns, representando um quarto de todas as lesões relatadas. com ombro/fratura da clavícula e lesões por luxação do ombro causando a maior carga em termos de número total de dias necessários para a recuperação.
A contusão foi o terceiro diagnóstico mais comum, afetando 4% de todos os ciclistas e ocorreu mais frequentemente em mulheres. Algo como 0,01 concussões por ciclista por ano de MTB.
As partes mais afetadas, em seguida, são o punho, depois joelho e cabeça. A maioria feriu de maneira grave a pélvis/sacro/nádega. Depois, parte inferior costas/coluna lombar e parte superior das costas/coluna torácica.
No geral, um quarto dos pilotos que relataram sofrer uma contusão disseram que continuaram a andar de bicicleta após o acidente. Quase dois terços dos pilotos relataram que não seguiram retornar ao jogo depois.
Quem? Qual o perfil que mais sofre lesões?
Metade dos pilotos com contusão também relataram ter tido recorrências significativas de lesão por contusão. Dentre todos os ciclistas, em média, cada ciclista relatou 4,3 anos de mountain bike.
De todos os ciclistas de Enduro que completaram a pesquisa, 29% competiram anteriormente em mountain bike cross country. 31% em Downhill e 10% em outras motos, enquanto os 30% restantes só tinham pilotado Enduro.
Quando as lesões ocorreram?
Dois terços de todas as lesões ocorreram durante o treinamento/geral. Quanto maior o nível do piloto, maior a proporção de lesões nas corridas. Inversamente, quanto mais novato, maior a proporção de lesões no treinamento. Ninguém está ileso.
Conclusão
Apesar de ter considerado um número baixo de lesões em mtb, é indicado que todos os pilotos usem mais equipamentos de proteção contra lacerações e abrasões. Principalmente durante etapas de corridas técnicas íngremes, e também ao treinar/realizar atividades recreativas em trilhas com trechos rochosos íngremes.
É importante continuar se informando para sua conscientizaão, para a prevenção de acidentes e para continuar a manutenção da sua saúde. A partir do seu autodiagnóstico, os treinadores, as equipes de corrida e os médicos envolvidos devem auxiliar na redução de danos.
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