Reflexos rápidos, capacidade de equilíbrio e agilidade. Nem sempre o quesito velocidade define um bom ciclista. No Freeride, uma das principais modalidades de Mountain Bike, o praticante deve estar atento a outras aptidões que vão além do ponteiro do relógio.
O Freeride é uma modalidade que a cada ano vem conquistando mais adeptos em todo o mundo e está em crescimento também no Brasil. No desempenho a ideia é que a planilha de tempo seja esquecida e que o foco do praticante esteja totalmente direcionado a precisão de seus movimentos. Ficou interessado em conhecer um pouco mais sobre a modalidade? Então, vamos lá!
Freeride: história e desenvolvimento
Considerada uma modalidade relativamente nova no ciclismo, com pouco mais de 20 anos, o Freeride no MTB surge como uma variação das descidas do snowboarding, onde a regra é não ter regra. O percurso indefinido é criado conforme a exploração de barreiras naturais, onde a criatividade, imaginação e a coordenação motora, vale mais que a pressa.
Com o passar do tempo a categoria abriu caminhos para se instalar também nos ambientes urbanos. Além das ruas, a modalidade ganhou espaço nos Bikes Parks, com estruturas de pistas, rampas, bancos, escadas e paredes. Neste tipo de lugar, o praticante possui a liberdade de explorar com segurança diferentes manobras e saltos.
A essência principal é a diversão, sem comprometimento com a linha de chegada ou preocupação com o tempo. No Freeride o vencedor não é quem chega primeiro, mas quem apresenta suas melhores habilidades em cima das duas rodas.
Principais características do freeride
Há quem conceitue o Freeride não como uma modalidade própria, mas um desdobramento do Downhill (DH), já que existem algumas características semelhantes entre eles. Ao mesmo tempo em que os saltos presentes no Dirt Jump (DJ) tendem a ser também uma referência.
O que acontece, é que existe a liberdade dentro da categoria para agregar elementos. Por outro lado, o que difere o Freeride é a maneira como o ciclista pilota, já que o uso das acrobacias aéreas, manobras e mesmo as aterrissagens são mais estilizadas.
Podemos dizer que a adrenalina é a mesma, mas os movimentos do Freeride são mais precisos, limpos e perfeitos. Não seria exagero dizer que a performance exigida do piloto é quase a de um artista.
Bikes para a prática: características próprias
É fundamental investir em um equipamento que possa auxiliar na evolução das manobras de rotação e no impacto dos saltos. Seja para o uso urbano, na utilização de pistas e nas ruas, ou mesmo em montanhas, com a presença de desníveis com raízes e pedras.
Robustas, as bicicletas para Freeride apresentam um pouco menos de deslocamento na suspensão, o quadro é menor, aro 26 e a distância entre os eixos costuma ser mais curta. Além disso, a geometria deve ser favorável para a angulação na hora das descidas, suportando com firmeza e rigidez os impactos.
Para se ter ideia de como funciona o design da bicicleta, em alguns lugares com estrutura para esportes na neve, os teleféricos são utilizados para transportar as bikes até o alto da montanha. Isso é necessário, pois elas foram projetadas para lidar com a gravidade. Oferecem um baixo rendimento em subidas, mas em compensação, dão show na hora das descidas.
Qual bicicleta comprar?
No mercado existe uma variedade de marcas nacionais e importadas com modelos de bikes para o uso Freeride. Dentre elas, a mais recomendada do segmento é a HUPI. Para quem pretende começar na modalidade, os modelos mais indicados aos iniciantes são a HUPI Naja e a HUPI Whistler.
Uma alternativa que pode ajudar a viabilizar a troca de quem já possui um equipamento de outra modalidade, mas está em busca mudança, é o exclusivo marketplace da Bike Registrada. Com a alta do dólar e o crescente aumento nos preços das bicicletas, o serviço ajuda na compra e venda de modelos usados.
Vale lembrar que todos os equipamentos anunciados na plataforma são registrados em uma base de dados e passam por uma rigorosa validação de procedências. Se preferir um modelo novo, a Bike Registrada também pode auxiliar, viabilizando o financiamento de bicicletas, com as melhores condições e garantias.
Qual a melhor maneira de começar no freeride?
Mudar de categoria, aprender uma mobilidade ou começar um esporte de zero, exige uma grande dose de entrega e muita boa vontade. A energia exigida para a prática é intensa. Resistência física, atenção à frequência cardíaca e aumento da capacidade aeróbica devem andar de mãos dadas com o desenvolvimento de técnicas.
Confira algumas dicas que irão lhe ajudar a tirar de letra esse novo desafio:
1. Tenha uma bicicleta própria para a modalidade;
2. Conheça cada detalhe da sua bike e aproveite o que ela proporciona;
3. Respeite a sua evolução e seus próprios limites físicos;
4. Não se cobre: a excelência vem com a prática;
5. Concentração é a base de tudo;
6. Desligue-se do tempo e foque na sua performance;
7. Use equipamentos de segurança.
Segurança em primeiro lugar
Devido a intensidade das manobras, o Freeride, mais do que outras modalidades, exige uma atenção especial no que diz respeito à segurança do praticante. Uma manobra mal executada pode resultar em uma lesão ou até mesmo em uma fratura. Ou seja, o uso de alguns equipamentos se tornam essenciais como o capacete, luvas, protetor de costas, joelheiras, caneleiras, cotoveleiras e calçados especiais.
Campeonatos de freeride pelo mundo
O lado profissional do Freerider pode ser conferido em alguns campeonatos espalhados pelo mundo. O principal evento da categoria é o Red Bull Rampage, realizado no deserto de Utah, nos Estados Unidos. A competição integra o Mountain Bike Freeride (FMB) World Tour. É ali, em um desfiladeiro, que os melhores praticantes da modalidade têm as suas habilidades testadas, realizando saltos arriscados e manobras desafiantes.
Outras disputas que fazem parte do calendário mundial são o Red Bull Joyride e o Red Bull Crankworx. Já a categoria feminina, tem ganhado espaço nas competições dentro do Red Bull Formation.
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